Manuela Ferreira Leite já marcou pontos, ao pôr o PS a promover a apresentação do compromisso de verdade do PSD. E não é pouca coisa, conseguir ter a bem oleada máquina de propaganda do partido socialista a manter o país suspenso do programa do PSD. O que parecia um erro fatal da senhora, acabou, afinal, por resultar em pleno. MFL sai do despique inteiramente vitoriosa - não cedeu um milímetro no seu timing, teve uma extraordinária atenção dos media e ainda conseguiu demonstrar que, com ela, a pirotecnia do verbo e os efeitos especiais da tecnologia acabaram onde acabam as cascas das laranjas, no lixo. Dada a adequada extensão do programa, e a forma exemplarmente simples como o mesmo foi apresentado, podemos mesmo concluir que, com MFL, podemos sempre esperar o que é relevante, o sumo. Se este será doce ou amargo, isso já é outra coisa.
3 comments:
Caro Crack:
Concordo plenamente consigo. O sumo será, a meu ver,agridoce, porque os tempos são de crise,por um lado, mas há também a esperança de que haja mais lealdade e mais verdade.Os Portugueses estão fartos de tanta mentira, de tanta arrogância e de tanta estupidez.
Lucinda Fialho
Prezada Lucinda, como espero que tenha razão! Mas lealdade e verdade são bens perecíveis, e de elevado custo. Direi que, por isso, se não estão já extintos, estão em vias de extinção.
Um pormenor, contudo: os portugueses poderão estar fartos de arrogância e estupidez, mas o certo é que estamos, enquanto povo, cada vez mais arrogantes, logo estúpidos. Não lhe parece? É ver-nos em grupos, armados ao "pingarelho", como se fossemos todos celebridades de centerfold. Uma tristeza.
Caro Crack, quando falo em lealdade e verdade não me refiro a estes valores no seu real sentido ético, mas tão só ao possível dentro das lógicas partidárias. Enquanto jovem pertenci a um partido que abandonei assim que me apercebi que na lógica dos partidos todos os valores são relativos. Eu só poderia ser independente e assim permaneço e permanecerei.No que respeita ao que afirma sobre o pvo português, eu vou mais longe. O que estamos a viver é transversal a todos os povos. Trata-se de uma crise civilizacional de valores em que o déficite de reflexão é tão elevado, ou mais, do que o económico. Esta civilização tem data marcada porque está a cair de podre.Enquanto isso não acontece vamos lutando e resistindo como podemos.
LF
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