A vitória do Sim à liberalização do aborto, da qual nunca duvidei, confirma-se na recta final da campanha. Para trás, ficam os abusos, de linguagem e de pensamento, que, em nome do bem, se cometeram, de um lado e do outro da barricada. Para a frente, perspectivam-se desvios às expectativas dos mais ingénuos; encargos de que, a prazo, os responsáveis governamentais se livrarão; uma progressiva opacidade na percepção das consciências sobre o valor da vida humana. Alguns chamar-lhe-ão avanço civilizacional, outros dirão o contrário. São tristes, estes tempos que nos calham viver, mas a vida merece sempre ser celebrada, em cada minuto que a possuímos. Como a dádiva, que é.
* Georges Séféri
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