Rituais das manhãs (que os permitem!): a tsf no carro, as «gordas» de alguns jornais, uma ou outra notícia, as fofoquices breves com o «inner circle» à volta do café, umas espreitadelas a alguns blogs (e este é sempre um regalo para os ouvidos) no intervalo do desbaste dos mails de serviço, umas (cada vez mais raras e mais breves) incursões ao mundo da informação disponível na internet.
Assim, ao princípio do dia fica o comum dos mortais com o «panorama» da actualidade. Os afazeres dos sortudos que trabalham e a preguiça mental dos ociosos que nada fazem determinam que seja com este «panorama» que se construa o que tomam pela realidade. Assim se faz a opinião pública dos pseudo-informados, pelo que esta vale o que vale, isto é, vale pouco, por pouco consistente. Raros são os felizardos que têm a graça de ver, num rasgo, para além do que lhes é presente, ou os que têm o tempo,ou o dever de ofício, para mastigar, preguiçosamente, as notícias, desmontá-las até ao eixo de verosímil, compor com as várias entradas de informação o puzzle mais próximo da verdade dos factos.
Todas estas palavras alinhavadas a propósito de que vale a pena começar a perceber as verdadeiras reacções da comunidade internacional que conta à nomeação de Barroso para presidir à comissão. Leia-se a imprensa internacional e evite-se ficar ofuscado pelo folclore politiquenho habitual. Devagarinho, como aconteceu com a selecção, e como verdadeiramente dão prazer as coisas importantes, perceberemos que, malgré quoi, podemos começar a ter orgulho em ter um português em tal cargo.
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