Tuesday, May 24, 2005

Tenham vergonha!

Sócrates, bem acolitado pela tralha guterrista, ganhou as eleições, pelas razões, e nas circunstâncias, que conhecemos, e de que muitos se penitenciarão e muitos mais se deverão envergonhar.
O PS conduziu a sua campanha eleitoral com o despudor de quem se esquecera que tinha sido governo durante seis anos, apenas escassos três anos antes, prometendo tudo, a propósito e a despropósito. Assumido o governo, impunha-se emendar a mão, que o desastre, criado e mantido ao seio por Guterres e seus ministros, pôs este país de joelhos, por muito mais tempo do que aquele que qualquer legislatura levaria a corrigir, e bem sabemos que o interregno PSD/CDS não teve nem tempo, nem conjuntura, nem engenho, admita-se, para suster a sangria.
Entalado entre as criminosas mentiras eleitorais e a desconfortável necessidade de tomar decisões impopulares, o PS volta aos velhos truques e esquemas - cozinha uma conveniente «parceria» com o socialista Governador do Banco de Portugal para alarmar o povão e preparar a malta para a cirurgia com dor que prepara; exige ao lamuriento socialista Presidente da República que complete a obra iniciada com a dissolução da AR, manifestando a sua surpreendida indignação com o estado das finanças públicas; põe em movimento a brigada de choque, que inclui as manobras habituais: as intervenções de «limpeza» do bulldozer Coelho, a função lava mais branco de ex-ministros e ex-gestores guterristas (esses mesmos, os que puseram isto de rastos), a acção quem mais jura mais mente da esquerdista comunicação social, que tem sobrevido à pala da caneta (da tecla?) ao serviço de tudo, menos da verdade.
Que raio de Governador é este, que não sabia o estado das finanças públicas, mas que é capaz de estimar o défice de 2005 em 6,83%?! Que desastroso Presidente temos, que se arvorou em fiscal do XVI Governo por causa das finanças públicas e agora fica surpreendido com o que ouve? Que credibilidade tem uma previsão de défice estimado em 6,83%, para o ano em curso, a não ser aquela que sirva para medir a «boa» acção governativa, quando o défice se situar abaixo do agora estimado?
Alguns perguntam se estas gradas figuras do Estado andaram a dormir, o que seria bem menos culposo do que aquilo que os menos crédulos se poderão permitir pensar - que, aproveitando as altas funções em que estavam investidos, lixaram os portugueses, intencionalmente, para abrirem o caminho ao PS.
Os muitos boys que estão a exigir, e a obter, o domínio da máquina da Administração e do Estado, são prova bastante dos inconfessáveis e tenebrosos objectivos passados , presentes e futuros desta gente?

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