Thursday, May 24, 2007

«Um homem que se dobrou a si próprio nunca poderá endireitar os outros »*

Para os maldosos como eu, é impensável um dirigente de topo da Administração Pública meter-se num processo como o que está na origem do caso DREN, sem, pelo menos, ter informado a tutela. Custava-me, portanto, a crer, que a senhora Directora Regional do Norte tivesse agido na calada do seu reduto nortenho, com o objectivo de surpreender, e agradar, o governo. Duvidava que isso tivesse sido possível, mas começava a aceitar que o excesso de zelo da senhora poderia ter ditado tal comportamento. Por isso, achei que a tese da "inocência" do governo neste processo ganhou ontem algum reforço com as afirmações, na quadratura do círculo, de Jorge Coelho, que zurziu a dirigente com "mimos" de arrasar, só faltando exigir a cabeça dela numa bandeja de prata, e deixando apenas margem para um imediato pedido de demissão. Ora, depois da empolgada indignação do influente comentador do PS, vem hoje a ministra da educação dizer «que não tem "sinal ou motivo" para pôr em causa a decisão da Direcção Regional de Educação do Norte», no que parece uma (escandalosa) manobra destinada a apoiar e segurar a respectiva dirigente. AhAh! Aqui há gato! Estratégia combinada, para lidar com uma nega da senhora DREN em servir de bode expiatório? Ou o governo está enterrado nisto até às orelhas, e o bombeiro de serviço prefere sacrificar um peão (a desastrada senhora ME) a perder o jogo? Seja o que for, que corre nos bastidores, este caso DREN está ser desastroso para o governo, porque depois do que Coelho disse, a reacção da ministra da educação só pode ter uma leitura de encobrimento do disparate.
*Mêncio

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