Saturday, July 10, 2004

Morreu Maria de Lurdes Pintassilgo

Uma Senhora na vida, na intervenção social e cívica, na Política.
Se recordarmos que Sophia de Mello Breynner já não está connosco, percebemos como, tão rapidamente, Portugal perdeu duas figuras relevantes para o nosso percurso colectivo.
Tratando-se de duas Mulheres que o souberam ser, sem abdicarem de, nessa qualidade, defrontarem um mundo que tantas evitam com a desculpa de estar masculinamente moldado, verificamos, com infinita tristeza, que estamos, mesmo, bem mais pobres.

Não há eleições antecipadas!

Sampaio decidiu, a custo. E com custos.
Santana Lopes está tranquilo. Que a pose de estado não se fique pela pose, desejamos (quase) todos.
Ferro Rodrigues tomou a decisão do PR como uma derrota pessoal. Isto significa que se a decissão fosse outra, não era do PR mas dele? Bateu com a porta, o que alguns esperavam, ansiosamente. Tristes figuras.
Louçã até se esgasgou, tal era a raiva e a desilusão! Vai ter que esperar mais um pouco. E aprender que mais vale não anunciar intenções de somar peso eleitoral, quando este aparece(ainda) como uma ameaça até para os que dele precisam.
Paulo Portas não contou para a história e presume-se que vai manter o discreto perfil, que lhe garante ter o peso político suportável pelo PSD. Com Santana, até quando?

Monday, July 05, 2004

Perdemos

Nem bem, nem mal. Perdemos.
Perdemos o jogo, que se faz de treino, de táctica, de profissionalismo, de vontade, mas de sorte também.
Ganhámos outras coisas: o termos chegado à final e obtermos o melhor lugar de sempre em competições deste tipo; o termos assegurado uma organização impecável e ficarmos com um parque desportivo infinitamente melhorado; o termos conseguido pôr a alma e o coração na maior onda de entusiasmo pátrio dos últimos tempos (e nem os muito velhos se lembram de nada assim).
Agora, é seguir em frente. Realisticamente satisfeitos com o que conseguimos, capitalizando raivosamente a insatisfação como força motriz para a próxima vez.
Que virá!

Thursday, July 01, 2004

Mais músicas...

Há blogs que nos dão, além do enorme prazer de os ler, também boa música.
Recordando Lou Reed, esta vai para Santana Lopes, não como estímulo, que não precisa, mas para reflexão...


When you're in a dream
and you think you've got your problems all nailed down
Pieces of the scheme
Seem to rattle up and to rattle down

And when you start to fall
And those footsteps they start to fade

Then you know you're going down
Yeah, you're falling all around
And you know you're going down
for the last time

When you're in the air
And you're thinking you'll drift off into the rest
Your friends politely advise
Hey look you're pushing too hard
And perhaps you need a rest

And when you start to fall
And all those footsteps they start to fade

Then you know you're going down
Yeah, you're crashing upside down
And you know you're going down
for the last time

Time's not what it seems
it just seems longer, when you're lonely in this world
Everything it seems
would be brighter if your nights were spent with some girl

Yeah, you're falling all around
Yeah, you're crashing upside down
Oh, oh, and you know you're going down
for the last time

Charlotte de laranja amarga

Em tempos quentes, torna-se difícil resistir às receitas mais adequadas – leves, compensa-se-lhes a pouca consistência servindo-as rapidamente e bem frias. Esta é uma sugestão pedida de empréstimo, mas nem por isso menos interessante.

Ingredientes:
6 folhas de gelatina branca
4 colheres (sopa) de sumo de laranja
1 vagem de baunilha
açúcar a gosto
2 embalagens de natas
doce de laranja amarga (opcional)

Liquefaz-se a gelatina em água muito quente, e junta-se-lhe, a conta-gotas, o sumo da laranja. Mexe-se, com cuidado, para não talhar. Quando espessar, junta-se-lhe o açúcar, não demasiado, que é doce de Verão... Amacia-se com as natas, batidas ligeiramente, porque não se espera que fiquem muito firmes. Deixa-se esperar e, avaliada a consistência, decidirá a doceira se juntará, ou não, o doce de laranja amarga. O segredo do sucesso depende da quantidade de baunilha que utilizar, mas essa dependerá mais da que tiver em casa, do que do gosto dos comensais.

Sugestão: Servir, tão rápido quanto possível, após desenformar.

As outras músicas

Rituais das manhãs (que os permitem!): a tsf no carro, as «gordas» de alguns jornais, uma ou outra notícia, as fofoquices breves com o «inner circle» à volta do café, umas espreitadelas a alguns blogs (e este é sempre um regalo para os ouvidos) no intervalo do desbaste dos mails de serviço, umas (cada vez mais raras e mais breves) incursões ao mundo da informação disponível na internet.
Assim, ao princípio do dia fica o comum dos mortais com o «panorama» da actualidade. Os afazeres dos sortudos que trabalham e a preguiça mental dos ociosos que nada fazem determinam que seja com este «panorama» que se construa o que tomam pela realidade. Assim se faz a opinião pública dos pseudo-informados, pelo que esta vale o que vale, isto é, vale pouco, por pouco consistente. Raros são os felizardos que têm a graça de ver, num rasgo, para além do que lhes é presente, ou os que têm o tempo,ou o dever de ofício, para mastigar, preguiçosamente, as notícias, desmontá-las até ao eixo de verosímil, compor com as várias entradas de informação o puzzle mais próximo da verdade dos factos.
Todas estas palavras alinhavadas a propósito de que vale a pena começar a perceber as verdadeiras reacções da comunidade internacional que conta à nomeação de Barroso para presidir à comissão. Leia-se a imprensa internacional e evite-se ficar ofuscado pelo folclore politiquenho habitual. Devagarinho, como aconteceu com a selecção, e como verdadeiramente dão prazer as coisas importantes, perceberemos que, malgré quoi, podemos começar a ter orgulho em ter um português em tal cargo.